domingo, 30 de janeiro de 2011

Janela Indiscreta - 1954

Domingo, 14h10 em Paris e uma Cinemateca completamente lotada para ver Janela Indiscreta. A funcionária do cinema gritando com as pessoas: "Não deixem espaços, sentem um do lado do outro, porque a sala vai ter  ocupação máxima!". E, nisso, ela ia andando entre as fileiras de cadeiras e mandando as pessoas se juntarem: "Sem buracos! Sem buracos!". A quantidade de crianças presentes na sessão era impressionante, muitas inclusive bem novinhas 6, 7 anos. Comentei isso com a simpática senhora ao meu lado e ela falou: "Mas não se vê esse tanto de crianças em Psicose ou Os pássaros". Boa observação, se esses dois últimos podem ser bem assustadores para adultos, imagine para crianças?!

Eu guardava uma ótima lembrança do filme, que devo ter visto pela primeira vez há uns 5 anos. Neste filme, temos dois grandes parceiros de Hitchcock: James Stewart e Grace Kelly. Ele é um repórter fotográfico aventureiro que quebrou a perna em um de seus trabalhos e se vê obrigado a ficar engessado em seu apartamento cuja janela dá para vários outros apartamentos, o que lhe permite acompanhar a vida de seus vizinhos. Grace Kelly é Lisa, sua linda e elegante namorada que trabalha com moda e frequenta a elite novaiorquina. Ela quer casar, ele não quer. A princípio, ele chega a mostrar grande rejeição a ela (o que de certa forma é impressionante porque Grace Kelly está irresistível). 

Jeff (Stewart) passa a acompanhar os hábitos de seus vizinhos. Motivado talvez por sua curiosidade de réporter ele vai constatando o perfil de cada morador, muitos baseados em estereótipos: a bailarina sexy, a solteirona, o casal recém-casado, o pianista boêmio, o casal excêntrico, entre outros. Certa noite, ele observa alguns fatos estranhos em um apartamento, chegando à conclusão de que um homem matou sua esposa. 

Jeff é, assim como nós, um espectador e as janelas são como telas de cinema. Stewart encarna brilhantemente a figura do voyeur, mas Hitchcock faz com que o espectador também o seja. Ele dirige nosso olhar, ele nos instiga e, no decorrer do filme, também sentimos que estamos vendo o que não deveríamos, invadindo a privacidade daqueles personagens, mas também fascinados por eles.

Provavelmente seja o meu filme favorito de Hitchcock. Ele consegue ser um grande suspense, mas também é muito leve e engraçado o que de certa forma explica um público tão recheado de crianças e pré-adolescentes. Grace Kelly e James Stewart tem uma química excelente. A cena em que a atriz aparece pela primeira vez, a do primeiro beijo, é inesquecível. Ela surge como uma bela aparição, como em um sonho. Observe a mudança da velocidade no momento do beijo (talvez um dos mais belos do cinema):



A fantástica atriz Thelma Ritter faz o papel da enfermeira bem-humorada. Com o mesmo jeito atrevido que mostra em A malvada, ela é responsável por alguns bons risos durante a projeção. A enfermeira, Jeff e Lisa vão se envolver numa arriscada investigação. E é, a parttir desse momento, que Jeff vê o lado aventureiro da namorada, o que o faz se apaixonar pela moça.

Janela indiscreta é uma aula de cinema e diversão garantida!

Seguindo a tradição, mais um vídeo de um cameo (aparição) de Hitchcock, dessa vez em Janela Indiscreta:



Trailer do filme:

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Musicas em filmes 1

Fiquei  com a música Moon River na cabeça e me deu vontade de rever a cena de Audrey Hepburn cantando na beira da janela em Bonequinha de Luxo, aí me veio a ideia de fazer um post com as cenas de filmes em que os atores cantam...  várias canções me vieram em mente. Procurei no youtube e achei algumas e aí vão elas:

1- Moon River

Esta cena é maravilhosa, simples e diz tudo sobre a personagem, no fundo solitária e sonhadora. Hepburn se tornou um ícone do mundo do cinema e da moda. Talvez hoje ela seja um ícone maior do  que Marilyn Monroe. Ao passear pelas feiras ou à beira do Seine, por exemplo, vê-se várias fotos, pinturas, pôsters da atriz. O filme que mais contribuiu para isso é, sem dúvidas, Bonequinha de Luxo. E, além de tudo, é ótimo ouvir a voz dela, genuína, uma vez que ela foi dublada em My fair lady.


2 - Wise Up

Outra cena linda, do fantástico Magnólia. Inesquecível... como se os personagens partilhassem a dor através da música. E que letra!


3 - I say a little prayer for you

Além de eu adorar o filme O casamento do meu melhor amigo, eu acho essa cena muito gostosa de assistir. 


4 - Supercalifragilisticexpialidocious 

Sim, esse é o nome da música!!! O mais longo e "sem noção" da história do cinema. Fico impressionado: como Julie Andrews consegue cantar isso em Mary Poppins?! Esse vídeo tem a letra para quem tiver fôlego e quiser cantar.


5 - Someday my prince will come

Muito romântica a músiquinha de Branca de neve e os sete anões, apesar de achar, desde pequeno, a voz dela bem estridente. Da Disney, existem várias músicas que eu amo.


6 - I could have danced all night

Outra de Hepburn, mas, dessa vez, a voz não é dela. A cena é de My fair Lady. O interessante é que a personagem manifesta através da música o começo da paixão dela pelo professor, sem saber muito bem o que está acontecendo. O filme conta uma história de amor, mas, em nenhum momento, eles falam a palavra amor. 







quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um corpo que cai - 1958

Ao fim da sessão na Cinemateca, uma senhora falou com uma expressão realmente assustada: "Detesto essa música, ela é assustadora, sempre me fez mal!". Ela se referia à trilha sonora de Vertigo (traduzido em português pelo dramático título, mas não de tudo infeliz, Um corpo que cai). De fato, a fantástica trilha de Bernard Herrmann é um dos elementos que deixa o espectador tenso, completamente imerso numa história que a cada momento parece nos guiar para um precipício. Ver o filme de Hitchcock numa sala de cinema, com as condições de som adequadas me fez apreciar ainda mais essa trilha bela e "assustadora". Mas ao contrário da senhora, eu adorei cada acorde.

Um corpo que cai é um suspense com toques trágicos. Sua trama é sombria, séria, com toques de melancolia. O enredo fala de um detetive afastado da polícia por causa do seu grave problema com lugares altos (acrofobia). Após seu afastamento, ele é procurado por um ex-colega de universidade para seguir sua mulher que parece estar sob a influência de uma força espírital. James Stewart, o ator que melhor encarnou no cinema o homem comum, dá a vida ao detetive. Acredito que seja sua melhor interpretação em um filme de Hitchcock (ele esteve presente em vários filmes do diretor). Kim Novak é a loira platinada da vez, o objeto do desejo. Ela não é tão talentosa e bela quanto Grace Kelly, mas é eficiente e melhor que Tippi Hedren (loira que faz Os pássaros). Detalhe: a atriz só fala aos 45 minutos da produção.

Apesar de ter sido um fracasso de bilheteria em sua estréia, o filme é uma das maiores obras-primas do diretor... mestre na criação do suspense. O motivo da vertigem é evocado pela constante referência à formas circulares e de espirais, como na abertura dos créditos iniciais feita pelo famoso designer Saul Bass.

Assim como em Ladrão de Casaca, Hitchcock faz seu cameo. Mas desta vez sua aparição é bem mais discreta e não provoca riso como no filme de 1955.

Observe e o encontre em cena:



Cena do filme: (famosa sequência do pesadelo)


Trailer:

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vestígios do dia - 1993

Merchant (produtor) e Ivory (diretor) são uma dupla de sucesso do cinema inglês. Entres os seus filmes de maior sucesso estão Uma janela para o amor, Retorno a Howard's End e este Vestígios do dia. A dupla inglesa é famosa por revitalizar o drama de época. Focalizando muitas vezes seus enredos na aristocracia inglesa, assim como na diferença entre classes, seus filmes são famosos pela luxuosidade de seus cenários, por mostrar a beleza das paisagens inglesas e por veicular dramas humanos em um estilo frio e comedido.

Apesar de não ser um grande fã do cinema da dupla justamente pela frieza mencionada, Vestígios do Dia é um filme extremamente bem sucedido. Indicado a 8 Oscar's, a produção conta com o talento de Anthony Hopkins e Emma Thompson em seus papéis principais.  Ele interpreta um leal mordomo completamente dedicado a sua função, alienado de sua própria vida e das suas próprias vontades. Ele trabalha para um grande gentleman inglês, envolvido politicamente com os nazistas no pós Segunda Guerra Mundial. Thompson é a governanta da mansão. O filme, assim como em O assassinato de Gosford Park do mestre Altman, mostra a realidade da aristocracia inglesa e a vida dos empregados. Mas, na verdade, o filme conta,  em flashback,  uma grande história de amor, nunca consumada.

A atuação de Hopkins é comovente, como um homem completamente reprimido em suas vontades e convicto de que está destinado a sempre servir. A sempre fantástica Thompson também faz muito com muito pouco. A atuação deles está no olhar, no não dito, nos gestos mais simples...

Um belo filme, roteiro, direção de arte e direção...


Assista ao trailer:



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O leão no Inverno - 1968

Eu adoro filmes de atores. Explico: são filmes que têm como grande triunfo a força de seu elenco. E nada melhor do que adaptações de peças teatrais para encontrar grandes atuações, uma vez que a ação é concentrada e o diálogo é a alma do filme. Hoje falarei de um filme de atores. Assim como aconteceu com Quem tem medo de Virgínia Woolf?, tive uma grande e repentina vontade de rever O leão no Inverno, de 1968, baseada na peça teatral de James Goldman (também roteirista do filme). Este é o segundo filme do pouco conhecido diretor Anthony Harvey. Ao contrário de Quem tem medo... o filme de Harvey carece de uma linguagem mais cinematográfica, se limitando  a quase um teatro filmado. 

Mas, como disse, é um filme de atores e, neste caso, de Katharine Hepburn, Peter O'Toole, Anthony Hopkins, Jonh Castle e Timothy Dalton. Esse encontro por si só é um espetáculo. A trama gira em torno do rei Henri II (O'Toole) que precisa escolher seu sucessor entre seus três filhos homens. Uma guerra de poder e ambição é então iniciada com a participação ativa da rainha, Eleanor (Hepburn), mulher e inimiga íntima do rei. Se deixarmos um pouco de lado a nobreza, o enredo fala de uma família disfuncional, cheia de mágoas, rancores, mentiras e traições. Vemos também um terrível jogo de poder e estratégia fruto de uma ambição sem limites. 

Katharine Hepburn, tem, na minha opinião uma de suas melhores performances. Sua personagem é complexa, inteligente, fria, calculista, mas também uma mulher ferida pelo desprezo do marido e que o ama apesar de se opor a ele. Ela consegue me comover em diversas cenas, como quando ela se olha no espelho procurando a beleza de outrora. Fantástica interpretação que foi recompensada com o Oscar (único caso da história de um Oscar dividido, com Barbra Streissand). Temos também o genial Peter O'Toole, o ótimo Anthony Hopkins e Thimoty Dalton (que tem uma participação menor, mas uma cena fantástica).

O leão no inverno tem diálogos afiadíssimos, alguns cheios de veneno, humor e crueldade. História, jogos de poder, grandes frases e atuações maravilhosas... este filme merece ser redescoberto e visto.

Grandes momentos (infelizmente sem legendas):




Assista também ao trailer:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ladrão de casaca - 1955 e Waltzes from Vienna - 1934

Ladrão de casaca

Na Cinemateca de Paris, está passando uma retrospectiva dos filmes de Hitchcock. Hoje compareci a uma sessão dupla para ver o famoso Ladrão de casaca e o pouco conhecido Waltzes from Vienna. A primeira sessão se deu numa sala completamente lotada, tão cheia que um francês ao meu lado comentou: "está tão cheio como se fosse para ver Um corpo que cai ou Psicose" (obras-primas de Hitchcock). Ao que o amigo respondeu: "talvez seja por causa do Cary Grant e pela Grace Kelly".  O primeiro ainda acrescentou que achava esse filme, Ladrão de Casaca, um filme menor do grande diretor.  Eu já o tinha assistido há alguns anos e francamente não me lembrava muito bem dele, mas assisti-lo novamente foi uma redescoberta deliciosa. Sim, com certeza, não é o melhor Hitchcock, mas o filme carrega um charme fascinante. Ele se passa na França, nas cidades de Nice e Cannes (Riviera francesa), e conta a história de uma série de roubos de diamantes cuja culpa e autoria recai sobre um famoso ladrão do passado, Cary Grant. O tema recorrente do falso culpado é, então, novamente posto em cena. O filme é leve e a trama central não se leva tão a sério. Cheio de humor e com ótimos diálogos, recheados de malícia, o filme é uma boa oportunidade de ver Cary Grant e seu imenso carisma e Grace Kelly no auge da sua beleza (e ela também não era má atriz). A fotografia é maravilhosa, ganhadora do Oscar daquele ano e o figurino é impecável. Essa foi a última parceria de Grace Kelly com o diretor. Curiosidade mórbida: a atriz, já princesa de Mônaco, morreu em um acidente na mesma estrada em que ela aparece dirigindo em alta velocidade em cenas do filme.

Uma das marcas registradas do diretor eram suas rápidas aparições em suas tramas (cameo), tente o encontrar na cena abaixo do filme (é bem fácil):






Assista  também ao trailer do filme:



 Waltzes from Vienna

Assisti a essa produção que remonta ao início da carreira do diretor, em uma sessão bem menos cheia. Após ver o filme, li que Hitchcock o considerava o pior de sua carreira, o que ele repetiu em diversas entrevistas. Essa pode ser uma informação desestimuladora, mas não nos podemos deixar levar pela crítica tão dura de seu diretor. O filme realmente não se encaixa à filmografia de Hitchcock. É uma biografia romântica de Strauss Jr. Estranhamente, eu adorei. Super leve, engraçado e bobo, em um bom sentido, o filme apresenta uma história que carrega um pouco da inocência dos filmes mudos. O enredo fala da composição da famosa valsa Danúbio azul. Essa biografia-comédia-romântica me fez rir muitas vezes e sair com um sorriso no rosto ao fim da sessão. Não é um grande filme, mas é um filme que vale a pena ser visto.

Veja os primeiros minutos do filme:








quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quem tem medo de Virgínia Woolf? - 1966

Seguindo a linha de filmes baseados em peças teatrais... escolhi para a minha próxima revisita a adaptação cinematográfica da peça de Edward Albee Quem tem medo de Virgínia Woolf?. O filme de 1966 é de Mike Nichols, diretor mais conhecido pelo filme A primeira noite de um homem e pelo recente Closer. É o meu filme preferido do diretor, que se destaca por privilegiar a construção de personagens complexos e interessantes em suas tramas, normalmente espaço para grandes atuações. Vale também indicar a minissérie Angels in America, outro grande trabalho do diretor.

Quem tem medo de Virginia Woolf? é um filme assustadoramente intenso. Nele, vemos o então casal na vida real, Elizabeth Taylor e Richard Burton, interpretarem um casal disfuncional e amargo. No filme, ilusão e realidade se misturam, somos apresentados à jogos cruéis entre duas pessoas que só conseguem se amar na dor. Recheado de frases antológicas e grandes diálogos, o filme nos oferece a melhor atuação da carreira de Elizabeth Taylor, em uma atuação à la Bette Davis (uma das maiores atrizes do cinema hollywoodiano e que tinha uma fama de bitch, dentro e fora das telas), não é por acaso que ela faz referência a atriz em uma das primeiras cenas do filme. Veja abaixo:


 Agora, veja a cena original com a fala "What a dump!", de Bette Davis.


Segundo Bette Davis, Elizabeth Taylor, ao falar a frase, é ainda mais megera do que ela do que ela no original.

Assim como em Uma rua chamada pecado, os 4 quatro atores principais concorreram ao Oscar, Elizabeth Taylor e Sandy Dennis, levaram respectivamente o de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante. O filme se passa em uma noite e mostra dois casais que têm que lidar com ressentimentos, mentiras e mágoas. Não é por acaso que o título do filme fala de Virgínia Woolf, autora conhecida por fazer uma investigação psicológica de seus personagens.

Um drama imperdível, com grandes atuações e diálogos cortantes...

Cena preferida: (novamente, uma das)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Uma rua chamada pecado - 1951

A peça de teatro do americano Tenessee Williams A streetcar named desire foi adaptada para o cinema pelo diretor Elia Kazan em 1951, com quase todos os mesmos atores que atuaram nos palcos americanos nos anos anteriores. A principal diferença é a substituição de Jéssica Tandy por Vivien Leigh, a estrela do maior filme americano já realizado até então, E o vento levou. A inglesa já tinha atuado na peça de Willams nos palcos londrinos sob a direção do maridão Lawrence Olivier. Rumores dizem que a substituição não foi muito apreciada pelos outros atores. 

Vivien Leigh era reconhecidamente uma atriz bem difícil de se trabalhar. Já em E o vento levou, ela teve inúmeros problemas com Victor Fleming. Sua personalidade forte, seus graves problemas psicológicos (diz-se que ela era bipolar e depressiva) tornaram-na uma atriz pouco querida pelos diretores. Após viver a heroína antipática (mas que eu adoro) Scarlett O'Hara e alcançar a glória em 1939, ela não se transformou numa estrela hollywoodiana como muitos poderiam prever. Ela se voltou para o teatro, ganhando até mesmo um Tony. Seu  segundo grande papel nos cinemas foi em Uma rua chamada pecado (nota-se que a tradução do título em português é bem insatisfatória, a troca de desejo por pecado tem o dedo da censura).

O filme, meu preferido do Kazan, não se resume à uma peça filmada, ele transborda sensualidade e estilo. A trilha sonora jazzada de Alex North, é quase erótica, uma das trilhas mais interessantes da história do cinema. A censura fez com que fosse tirada da peça a menção à homossexualidade do marido de Blanche, mas isso de maneira alguma compromete esse clássico do cinema. Todos os 4 atores principais do filme concorreram ao Oscar, os 4 mereciam, 3 ganharam. O único a não ganhar, Marlon Brando, é, ironicamente, o mais lembrado hoje ao se falar do filme. Kim Hunter e Karl Malden estão fantásticos em seus papéis de coadjuvantes. Marlon Brando inaugura um novo jeito de atuar, realista ao extremo. Sensual e bruto, seu Stanley Kowalski, é uma revolução no cinema. À sua composição realista se opõe o brilhantismo da teatralidade de Vivien Leigh, frágil e trágica como Blanche Dubois. O embate dessas duas atuações é um show a parte. Brando chegou a reconhecer que Leigh era melhor do que Tandy ao afirmar que a atriz era a própria Blanche.

Fato é que atriz e personagem tem muito em comum, ambas levadas à loucura... o que torna esse filme ainda mais instigante.

Cena mais famosa: 



Cena que eu mais gosto: (uma das)